Descrição
Do passado ao presente, surge sempre aquela janela que muda de aparência de acordo com a idade. Tanto pode ser uma janela nova que abrimos e nos permite ver nitidamente, como pode ser a já velhinha, que persiste em manter intacta a curiosidade de quem teima vislumbrar, para além da vidraça, aquilo que se apresenta esbatido pela decrepitude da velhice.
Não tivesse aquele inverno de 1884 sido extraordinariamente chuvoso e a cheia não tivesse arrastado, na correnteza, o pai e a mãe da menina, provavelmente a sua vida teria sido bem diferente. Teria perpetuado, na sua geração, tudo aquilo que iria aprender, desde a taleiga com o grão, até à taleiga com a farinha. O moinho do Corgo das Mós e as redondezas seriam os seus horizontes possíveis.
Desceria a Manteigas para a comunhão, o casamento, o batismo dos filhos que Deus lhe desse, e poucas mais vezes sairia dali.
Quis o destino, ou outra força qualquer, que assim não fosse!
A tragédia, que se abateu sobre esta criança, determinou tudo o que viria a acontecer…
Este é um romance que revela ao leitor a vida e a luta de Maria do Rosário, mas que também dá a conhecer, com pormenores, fruto de uma grande investigação por parte da autora, um retrato da vida entre os finais do século XIX e o início do século XX.
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