Descrição
As janelas do tempo mudaram. As cheias e as secas do rio continuariam, num renovar constante, entre a seca estival e o caudal agressivo dos invernos chuvosos, desde a nascente até à foz. O automóvel, vaidoso, iniciava a sua aparição através da classe rica que se exibia no espaço urbano e nas estradas e pontes, entretanto construídas. Já o futuro espreitava para concretizar o sonho longínquo de Ícaro, o da mitologia, quando quis voar com as suas asas de penas de pássaro coladas com cera. Morreu no sonho da sua ambição temporal precoce, assim como morreu o jovem, muitos séculos depois, a perseguir o mesmo sonho de “agarrar o futuro” que seria o dos aviões. Os anos passaram. Assim como corria o rio, também as vidas percorreram os seus diferentes caminhos. A jovem que agarrou a oportunidade, quando começou a sonhar com novos horizontes, iniciava o seu ciclo. Enfrentou as várias adversidades que surgiram pelo seu caminho, sentindo prazer pelas conquistas conseguidas. Ergueu-se quando se sentiu esmagada pelas vicissitudes do seu tempo. Os seus voos irão ser bem diferentes, porque as asas estão dentro dela; ninguém as vê.
Este é o segundo romance que revela a passagem pela vida de Angélica Maria, mas que continua, também, a dar a conhecer, com pormenor, um retrato da vida portuguesa do final da segunda ao final da quinta décadas do século XX.
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